14/04/2011

Só era o "melhor amigo"

Ela tinha muitas dúvidas. Estava confusa. Ele não. Na verdade, ele se decidiu naquela noite de verão quando os dois se beijaram pela primeira vez. A certeza veio quando fizeram sexo, na casa dele. Aquele corpo pequeno deitado na sua cama. O sorriso grande e a cara de prazer dela encantaram o jovem que estava com o coração inquieto havia algum tempo. Ela também estava com o coração inquieto. Ficaram juntos por alguns dias. Ela parecia feliz, saiu de mão dada com ele, por alguns instantes achou que estava apaixonada. Ele parecia uma criança, ria o tempo todo. Teve certeza que o amor bateu a sua porta, e que desta vez era pra valer. Ela deu sinais de que ficariam juntos. Se amavam loucamente noite adentro.  Ela se entregou, gozou, falou palavras que nunca deveriam ter sido ditas. Ele acreditou, estava completamente encantado por aquela pele macia que cheirava a chocolate com hortelã. Os dois viajaram, usaram drogas, conheceram cada centímetro do corpo do outro. Quando ele tomou coragem pra dizer que ela era a mulher da vida dele, ela riu. Disse que não podia, que não estava preparada para ser a mulher do “melhor amigo”.
Ele, mais uma vez, chorou.